Dizem que os considerados loucos abrem caminho para os considerados sãos, e foi justamente o que fez Damião Ximenes; sua morte gerou a primeira condenação do Brasil na Corte Internacional Interamericana de Direitos Humanos. Foi um marco na pressão que o país sofreu para revisar sua forma de lidar com a saúde mental. Este livro, fruto da tese de doutoramento de Rita Monteiro, procura avançar sobre a trajetória da vida e da condenação à morte de Damião Ximenes. Um trabalho que evidencia dramas familiares e pessoais que marcam a história de Damião, mas, também, faz uma instigante reflexão acerca das políticas públicas (ou ausência delas) na exclusão de corpos e na segregação social dos chamados loucos. Sobral, cidade encravada no interior do Ceará, aparece como palco dessa trama e revela um universo de improvisos e um sistema manicomial em ruínas uma amostra do Brasil. A autora apoia sua escrita e sua análise num caleidoscópio de discursos evidenciados em entrevistas, em artigos de (...)