Longe do lugar comum, onde muitas vezes se coloca o feminismo, esta antologia apresenta mulheres reais, cujas narrativas, como numa trança, acabam esbarrando em algum fio de nossas próprias histórias. Não se engane ao pensar que as protagonistas destes contos e versos possuem os mesmos conceitos, ideais ou valores. O que as torna fascinantes é exatamente a possibilidade de serem diferentes. Sem moldes, sem máscaras e sem a obrigação da perfeição. E, ainda que atravessadas pelo ar machista que respiram, elas preenchem essas páginas com lirismo e concreto. Somos todas mulheres exaustas e constantemente silenciadas, ainda que não percebamos. Muitas vezes, a única coisa que desejamos é falar sobre o que nos é urgente, mas, nem sempre, encontramos ouvidos. Em Dona de Mim, apenas ouvimos e contamos histórias, sem cartilhas ou manuais. Afinal, o verbo ser é livre e indefinido.