Em oito séculos, a vida e obra de Francisco de Assis suscitaram milhares de livros. Então, por que publicar mais um? Só mesmo uma mensagem inédita poderia ter levado o autor Daniel Givaudan a debruçar-se sobre o papel por longos meses para escrever nova obra. Tudo começou numa certa primavera, tarde da noite, quando uma voz veio colocar-se bem no centro de seu crânio, para em seguida delinear-se numa delicada luz, diante de sua escrivaninha. Era Chiara... Clara de Assis, convidando-o a penetrar-lhe na memória, através do labirinto de suas lembranças, para restituir à humanidade um retrato diferente de Francisco, ao modificar o olhar com que a História e a Igreja o veem. Somente no decorrer da redação, ele pôde compreender o forte apelo e certificar-se da urgência e pertinência da obra. Uma revelação a que Francisco de Assis teve acesso, no meio de seu caminho de vida, poderia ter mudado a face do Cristianismo, se tivesse sido divulgada. Teria nos ajudado a sair de um dramático realismo, ao nos unir às fontes puras da mensagem crística, longe de censuras e manipulações. Embora tenha aparência de um romance, esta obra relata tão somente a realidade de uma existência, pondo em evidência o segredo que inquietou Francisco de Assis. Traz à tona verdades que não devem ser vistas como hostilidade aos dogmas de uma religião. E, embora possa perturbar, tira a mentira de seu esconderijo com ternura e compaixão, fazendo com que novamente exale o perfume d’alma que o habitou. Do mesmo autor de O Caminho dos Essênios, esta nova obra percorre o fio do tempo revisitando as memórias do sublime par solar Francisco e Clara, para revelar o verdadeiro amor que os uniu, pois faça-se o que se fizer toda luz sempre acaba um dia por sair do alqueire.