A morte é o limite da vida. Pode parecer redundante, mas a percepção disso muda para sempre a nossa vida. Esse tem sido sempre um dos principais temas das filosofias da existência. Eberhard Jüngel é um dos mais conhecidos e reconhecidos teólogos alemães da atualidade. Sua abordagem do tema da morte é concisa e, ao mesmo tempo, abrangente. Ele é exemplo de como a reflexão teológica leva a sério e valoriza as contribuições da medicina, da sociologia e da filosofia para o problema da morte. Sua tese principal diz que ao "enigma da morte" só fará jus aquele que sabe do "mistério da morte". A fé percebe esse mistério ao testemunhar a vitória de Deus sobre a morte, da "morte da morte" na cruz de Jesus. Com esse enunciado bíblico, o autor deixa claro que a radicalidade da morte é tomada a sério como em nenhuma outra parte, mas que simultaneamente com isso se tira o fundamento de toda e qualquer interpretação fatalista ou ilusionária. A fé tem conhecimento da finitude do ser humano. Não se ilude com sonhos de imortalidade, mas alimenta a firme esperança de que a pessoa, efêmera e mortal, também na morte, e justamente aí, está guardada e salva em Deus.