Alma Gentil - Raízes reúne, num único volume, sete livros de poesia que Álvaro Alves de Faria publicou em Portugal, a partir de 1999, a saber: 20 poemas quase líricos e algumas canções para Coimbra (1999), Poemas portugueses (2002), Sete anos de pastor (2005), A memória do pai (2006), inês (2007), Livro de Sophia (2008) e Este gosto de sal Mar português (2010). Como explica o poeta, publicar em Portugal foi uma opção não apenas literária, mas também existencial. Fui a Portugal buscar a poesia que me falta no Brasil, diz ele, classificando-se, hoje, como um poeta português: Nada tenho com a poesia brasileira que, salvo algumas exceções, está mergulhada numa densa escuridão e inversão de valores inaceitáveis. Álvaro Alves de Faria pertence à chamada Geração 60 de poetas de São Paulo e é considerado um dos nomes mais significativos da poesia brasileira produzida a partir dessa época. Além de poesia, ao longo do tempo, publicou romances, ensaios literários e livros de entrevistas literárias, sendo autor de mais de 50 livros, além de peças de teatro. Participa de mais de 70 antologias de poesia e contos no Brasil e no exterior. Tem poemas traduzidos para o inglês, francês, italiano, espanhol, japonês e servo-croata. Em 1965, iniciou o movimento de recitais públicos de poesia em São Paulo, quando lançou O Sermão do Viaduto, em pleno Viaduto do Chá. Com microfone e quatro alto-falantes, fez nove recitais no viaduto e por esse motivo foi preso cinco vezes pelo DOPS, acusado de subversivo. Os recitais no viaduto foram proibidos definitivamente em agosto de 1966. Sua peça de teatro Salve-se quem puder que o jardim está pegando fogo recebeu o Prêmio Anchieta para Teatro, um dos mais importantes dos anos 70. A peça foi proibida e ficou censurada por seis anos. Seu livro Trajetória poética poesia reunida recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA de 2003. Babel, de 2007, foi distinguido como o melhor livro de poesia de 2007 pela Academia Paulista de Letras. Por duas vezes recebeu o Prêmio Jabuti, em 1976 e 1983, pelo seu trabalho no jornalismo cultural em favor do livro. Pelo mesmo motivo, recebeu por três vezes o Prêmio da APCA, em 1981, 1988 e 1989.