Mais conhecida no meio teatral como Teresinha, ou Tatá, a campineira Teresa Aguiar chegou a ser advogada, mas abandonou a profissão pelo grande amor de sua vida: o teatro. Quando menina já gostava de brincar de circo. Daí para os palcos foi uma simples questão de tempo. Começou em 1956, no Teatro do Estudante de Campinas (TEC), fundado em 1948 por Fernando Catani, numa época em que o produtor, autor, diretor e crítico teatral Paschoal Carlos Magno (1906-1980), personagem fundamental na renovação da cena brasileira, incentivava os grupos amadores. Em 1967, Teresa Aguiar transformava o TEC no primeiro grupo profissional do interior do Estado, o Rotunda. Sua trajetória, marcada por muita dedicação e persistência, é relatada por Ariane Porto no livro Teresa Aguiar e o Grupo Rotunda - Quatro Décadas em Cena. Teresa Aguiar cursou a Escola de Arte Dramática (EAD) em São Paulo, tornando-se posteriormente professora da instituição. Também incursionou pelo cinema: foi a responsável pela direção de atores de A Ilha do Terrível Rapaterra, filme dirigido por Ariane Porto, e dirigiu o longa-metragem Topografia de um Desnudo. A autora Hilda Hilst, de quem Teresa Aguiar foi a primeira a montar uma peça, dizia que a obra da diretora era "permeada por uma coisa assim, entre o medievo e o sacro". Já a própria afirma que, para ela, o palco é "um lugar sagrado" e revela que sua relação com o mar influenciou sua obra. "Com o mar, assim como com o teatro, tenho uma ligação quase religiosa, permeada por uma espécie de ritual".