André do Avelar, que viveu aproximadamente de 1546 a 1625, publicou em 1585 o seu Reportório dos tempos. Essa obra era um detalhado manual astronômico e astrológico, semelhante a outros publicados na mesma época na Espanha e em Portugal. Provavelmente para evitar problemas com a Igreja Católica, que naquela época se opunha às previsões astrológicas individuais, Avelar apenas abordou temas que não envolvessem a delicada questão do livre-arbítrio. Apesar disso, acabou sendo julgado pela Inquisição e seu livro foi incluído no Index librorum prohibitorum. Nesse livro, a autora faz uma análise da astrologia em Portugal no século XVI, dando especial atenção à obra de Avelar e comparando-a a outras semelhantes do mesmo período. O bibliógrafo Innocencio Francisco da Silva havia acusado Avelar de haver apenas traduzido um \"reportório\" semelhante do espanhol Jerônimo de Chaves, sem lhe dar crédito. A presente obra compara detalhadamente os dois trabalhos, mostrando que Avelar foi mais do que um mero tradutor, adicionando muitos conteúdos que não se encontram na obra de Chaves. Essa é uma versão revista de sua dissertação de Mestrado, desenvolvida sob a orientação do professor Roberto de Andrade Martins, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e defendida em outubro de 2001. Coleção Scientiarum Historia et Theoria - Volume 2. Obra publicada com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).