No seu terceiro livro de contos, A noite da besta, José Guilherme Vereza explora a densidade e tensão dos acontecimentos, quando encontramos uma linguagem mais seca e direta para descrever, à moda de um Nelson Rodrigues, da vida como ela é, mapeando uma realidade social e humana premida por pequenos dramas individuais e coletivos, mazelas, conflitos, ambiguidades e dilemas do ser e do meio. Nas crônicas deste Meu imenso Portugal, depara-se com uma certo despojamento narrativo, a fluidez de uma palavra que incorpora outra dimensão ao exame dos acontecimentos, flagrantes, cenários e ocorrências quotidianas que o autor registra na sua vivência lisboeta. Flertando com o inusitado, o banal, o corriqueiro, Vereza extrai dos espaços urbanos que frequenta e da convivência com os costumes, valores, tradições e idiossincrasias da vida portuguesa, elementos para construção de uma refinada crônica sobre essa nova experiência vivencial, numa paisagem geográfica, cultural e humana que lhe(...)