Em um de seus quadros, o pintor espanhol Goya alertava que o sono da razão gera monstros. Para a Escola de Frankfurt, o oposto é igualmente verdadeiro: a razão vigilante e desperta também pode produzi-los. Segundo os frankfurtianos Horkheimer, Adorno, Marcuse e Benjamin, não se cumpriram as promessas da Filosofia das Luzes, que confiava na razão, capaz de conhecer e dominar a natureza, promover o aperfeiçoamento moral e a emancipação política. A razão iluminista procurou refutar o mito, substituindo-o pela ciência, mas esta perdeu sua destinação humana. Para a professora Olgária Matos, os frankfurtianos buscam, diante do pessimismo metafísico, redefinir a razão e, por meio da imaginação estética, reencantar o mundo despoetizado da técnica.