Depois da morte de Nero, o último representante da dinastia dos Júlio-Cláudios, em Junho de 68 d.C., o Império Romano entrou em crise. Os conflitos, que se estenderam por ano e meio, geraram quatro imperadores, que desfilaram no Palatino como actores num palco: Galba, Otão, Vitélio e, por fim, Vespasiano, o único que se impôs e deu início à dinastia dos Flávios. Plutarco atribui esta instabilidade aos soldados, que colocavam a satisfação da sua cobiça à frente dos juramentos prestados. Nestas duas Vidas, assistimos à aclamação de Galba, na Hispânia; ao golpe de Otão, aclamado em Roma pelos pretorianos; e à vitória de Vitélio, que os exércitos da Germânia tinham, por sua vez, aclamado. As Vidas de Galba e Otão representam a porção que sobreviveu na íntegra das Vidas dos Césares de Plutarco ? colectânea que abarcaria os sucessivos imperadores romanos, a começar em Augusto e a terminar em Vitélio.