Nesta coletânea de 27 poemas da poetisa são-tomense Conceição Lima, o micondó, árvore considerada sagrada em diversas regiões da África, simboliza origem, casa, morada ancestral. A evocação de tais raízes é dolorosa devido a acontecimentos históricos, como a escravidão e a colonização, que imprimiram profundas feridas e rupturas na identidade nacional, e na própria poetisa, cujos antepassados foram trazidos à força para o arquipélago africano e mais tarde enviados para outras terras como escravos. Íntima, pessoal e sofrida, a poesia de Conceição Lima é também dotada de um lirismo e esteticismo sublimes, presenteados aqui pela primeira vez ao público brasileiro. Embora a dor seja uma constante em seus versos, o sentimento que os perpassa é o da sutil esperança de que a mesma memória que resgata os fatos traumáticos ajude a fazer germinar algo novo dos escombros, como o micondó que, com suas profundas raízes e frondosa copa, fez fl orescer o alfabeto poético de Conceição Lima.Nesta coletanea de 27 poemas da poetisa sao-tomense Conceicao Lima, o micondo, arvore considerada sagrada em diversas regioes da Africa, simboliza origem, casa, morada ancestral. A evocacao de tais raizes e dolorosa devido a acontecimentos historicos, como a escravidao e a colonizacao, que imprimiram profundas feridas e rupturas na identidade nacional, e na propria poetisa, cujos antepassados foram trazidos a forca para o arquipelago africano e mais tarde enviados para outras terras como escravos. Intima, pessoal e sofrida, a poesia de Conceicao Lima e tambem dotada de um lirismo e esteticismo sublimes, presenteados aqui pela primeira vez ao publico brasileiro. Embora a dor seja uma constante em seus versos, o sentimento que os perpassa e o da sutil esperanca de que a mesma memoria que resgata os fatos traumaticos ajude a fazer germinar algo novo dos escombros, como o micondo que, com suas profundas raizes e frondosa copa, fez florescer o alfabeto poetico de Conceicao Lima.