O objetivo do livro se presta a jogar luzes sobre o grave problema social decorrente da criminalização da pobreza, com o encarceramento na sua predominância de pessoas pobres e pretas, fazendo com que o Brasil tenha uma população carcerária muito superior ao número de vagas ofertadas pelo Estado, e o pior, com viés de crescimento. O emprego inflacionário do sistema penal é o sinal que nos adverte para uma intranquilidade, um medo social que é consequência inevitável da pauperização marginalizadora de imensos contingentes humanos que a hegemonia neoliberal está acrescendo a seus legítimos antecessores desde o escravismo social. A superlotação carcerária brasileira, por si só, gera o Estado de Coisas Inconstitucional por ofensa aos direitos fundamentais mínimos, como à dignidade da pessoa humana, direito à vida, à saúde e de privação das liberdades individuais, como o direito à privacidade e a intimidade. [...]