A historiadora inglesa especializada em folclore e literatura infantil, Alison Lurie, enveredou pelos caminhos da moda e conseguiu ter êxito. A autora – radicada nos Estados Unidos – conseguiu com o livro “A linguagem das roupas” identificar os sentidos que se escondem – ou se expõem – através de uma blusa transparente, de uma barba grisalha, da paixão pela cor preta, das peças clonadas aos milhares etc. Com um poder de sedução incrível, Miss Lurie faz um passeio através da história, sem ter a preocupação de começar com a folha de parreira e terminar via satélite. E, por meio desse inusitado tour, a autora vai tecendo e mostrando a gramática de panos e cores, a acentuação de estilos e detalhes, a conjugação do masculino e do feminino, a concordância da juventude e da velhice, os singulares e plurais da sexualidade, os sotaques regionais. A reflexão a que “A linguagem das roupas” conduz é múltipla e atraente como tudo aquilo que diz respeito ao binômio indivíduo & indumentária. Como a frase final do livro: “Podemos mentir na linguagem das roupas ou tentar dizer a verdade: porém, a menos que estejamos nus ou sejamos carecas, é impossível ficarmos em silêncio.”