Os contos de Não há nada, narrados em primeira pessoa, são como um autorretrato desfocado e manipulado do próprio autor. Em sua estreia literária, Rodrigo Batista nos convida a uma jornada pela história de um jovem que mergulha em si para compreender seus anseios, angústias e temores, ao mesmo tempo que experimenta intensamente o melhor e o pior de uma grande metrópole, da qual se integra e se distancia na mesma intensidade. Nesse passeio pela efervescência da cidade do presente e a saudade da cidade do passado, o narrador nos leva do mar quente de Fortaleza, das recordações da família e das amizades da adolescência, para o frenesi da noite carioca e o que ela reserva para um jovem em plena descoberta de seus amores, gozo e dores. Sonho e realidade se entrelaçam em contos ora viscerais, ora melancólicos, mas que sempre provocam uma inquietação no leitor.