O trabalho analisa as formações sociais da modernidade periférica, destrinchando o padrão depoder que as marcam e as caracterizam. Desenvolve-se a categoria de colonialidade de podercomo substância, no sentido estrutural, cujos desdobramentos infletem sobre o plano econômico, opolítico e o ideológico. A colonialidade não se reduz a uma ideologia; perpassa a estrutura dasinstituições, constituindo um padrão de poder que funciona pela naturalização de hierarquiasentre os humanos, engendra a ideia de raça superior e inferior, articulando isso para legitimar asformas de exploração, a extração de mais-trabalho. Por isso, a partir do método estrutural,colimou-se superar a linearidade que marca o marxismo vulgar, bem como demonstrar que, namodernidade periférica, a questão proletária e a questão racial se imbricam. Nesse contexto, aslutas emancipatórias dos escravos, expressas nas formações dos quilombos, tem a conotação deresistência ao capitalismo, apontando para criação de novos nomos, isto é, novos espaçosautônomos de construção de cidadania plena. A resistência, antes colocada apenas como fuga,exsurge como produção de uma forma comunitária consistente na reunião de seres humanoslivres.