[...] Os poemas de Maria trazem não apenas a originalidade da escrita e o modo aprimorado como ela desnuda um tema, mas sobretudo, a singularidade de quem consegue ser brava e leve ao mesmo tempo, portanto, não passível de comparação. O que temos em Todos os Nós é uma costura bela e potente daquela condição que angustia e desconforta: ser humano. Uma costura feita à mão. De uma poetisa incomum, e inaugural, que nos presenteia com um livro cheio de histórias emaranhadas de nós atuais e antigos. Aqueles que sempre apertam os nossos buracos não preenchidos e os lugares entupidos de coisa alguma. Sua poesia provoca uma sensação de atravessamento, consegue ser impessoal e familiar. E mesmo que perfure, transforma. O que me faz ter a certeza de que a Clara não está sozinha, nem eu. [?? por Míria Moraes]