com sabor à Drommond, ou à Pessoa, Carrano constrói sua própria voz. Da percepção de certas ruínas extrai a possibilidade de reconstrução, porque antes de mais nada criar/poetar é um mode de resistência. Num universo em que o indivíduo está se definido por quantas curtidas recebe, Pedro diz não à vulgaridade da mesmice, do senso comum, do pensamento liquefeito em televisões chavões e costura uma teia para o qual o leitor é convocado não em nome da colheita e sim do semear, como queria Che. Lá no funfo ressoa a utopia. Sem utopia somos títeres do capitalismo que nos quer silenciados.