Nos poemas a seguir tomei como temas certos desenhos da chamada escola Ukiyo-ê (ou Mundo Flutuante). Feitas para consumo puramente popular, essas gravuras eram obras de artistas que, independentemente do talento, foram desprezados pelos literatos da época. São obras que compartilham ao menos uma característica com a poesia japonesa: exaltam os assuntos mais comuns, mais triviais através do significado universal dos trabalhos artísticos. Foi por conta disso que as escolhi para ilustrar minha doutrina, que diz que é preciso aprender a fazer bem as pequenas coisas antes de fazer as grandes; que o universo está tanto no contorno de uma mão quanto nos exércitos, na política, na astronomia ou nas exortações dos monges; que estilo e técnica estão na coisa transmitida e não no meio de transmissão; e que, embora o sentimento seja algo bom, a compreensão é melhor.