Martins Penna é considerado o iniciador da tradição da comédia de costumes no Brasil, mas a historiografia teatral pouco escreveu sobre o papel desempenhado pela música em sua obra criada décadas antes das operetas e revistas da segunda metade do século XIX. Já a musicologia tendeu a desprezar as práticas musicais da cidade do Rio de Janeiro no período das Regências (1831-1840) e início do Segundo Reinado, quando a ópera e a música sacra haviam entrado em decadência. O livro Entre o Lundu, a ária e a aleluia vem preencher essa lacuna historiográfica, revelando a contribuição pioneira de Martins Penna na articulação entre as áreas da música e do teatro, combinadas numa mesma dramaturgia musical que marcou uma espécie de teatro musicado no Brasil.