A expressão de um país pode se dar de maneiras múltiplas. Seus valores essenciais vertem, para além da história, que narra a sua descoberta oficial, o que há de mais distintivo em sua configuração vocal, a priori. No entanto, é na escrita artística, que ultrapassa o sentido lato sensu das narrativas que se ocupam de tudo que está sob o véu encoberto das possíveis verdades de uma nação, que emerge o significado medular dos elementos que compõem o mosaico cultural, a posteriori. Escrita epistolográfica que, emblematicamente, inaugura a cena literária nacional a Carta de Pero Vaz de Caminha; escrita literária, que, sob a luz da historiografia, construiu o painel identitário que define o que é brasilidade, de fato e de direito, ao longo de mais de meio milênio de existência. Neste sentido, é imprescindível pontuar que a literatura de uma nação, em sua totalidade, traduz, por um lado, o que há de mais genuíno em suas letras artísticas, marcando, no rito memorialístico, a origem de seu(...)