o propósito deste trabalho é lançar um olhar sobre os caminhos estéticos traçados pelo poeta manoel de barros em seu tratado geral das grandezas do ínfimo, procurando demonstrar como se articulam as duas macro-relações que regem os poemas: (a) a dialética entre o ínfimo e o grandioso, e (b) a dialética entre o passado e o presente – sendo a figura humana o elemento de ligação entre todas estas vertentes, num movimento cósmico que liga céu e terra, a infância e o momento atual, e os reinos animal, vegetal e mineral, como manifestações do devir da vida humana por meio da palavra. feitas estas considerações, desenvolvidas as análises, comprovadas as hipóteses, talvez se possa chegar a um patamar interpretativo a respeito dos fundamentos que nortearam o autor na elaboração desta “obra-tratado”, no que diz respeito às tendências poéticas que trilhou, em consonância com algumas tendências vigentes neste começo de século xxi, sem perder de vista o diálogo aberto pelo artista, avivando relações entre cultura, arte e sociedade.