Ao contrário do que muitos imaginam, a emoção e a razão não são processos antagônicos; elas desencadeiam sentimentos indispensáveis à humanização do indivíduo. A emoção é provocada por estímulos externos que atingem órgãos periféricos, glandulares, motores; enfi m, todo o sistema psicofi siológico do ser humano, de forma brusca e inesperada. É interessante frisar que a reação não depende apenas da intensidade da percepção que atinge diversos estágios de excitação dos sujeitos. Devemos ter em mente que todas as respostas são diferenciadas, porque os homens, apesar de interagirem unidos, num mesmo contexto, reagem, emocionalmente, de forma diferenciada, de acordo com o subjetivo contingente de paixões e de afetividade. Emoção, numa defi nição mais geral, é um impulso neural que move um organismo para a ação. Diferencia-se de sentimento, porque, conforme observado, é um estado neuropsicofi siológico (Freitas-Magalhães, 2007). "O BALANÇO DAS EMOÇOES" descreve a personalidade INTRIGANTE de seu escritor, Carlos Moreira Santos, um poeta de sensibilidade superior. Nele, a emoção é capaz de balancear seu coração e abstrair do pensamento poemas passionais, transcritos para o papel, como percebemos em "MIRAGEM": Meu pulso se acelera e fi co louco!/ Vibro de anseios; afeta-me a razão./ Busco reagir-me, mas só murmuro rouco,/ para mim mesmo: controle-se, vulcão!" De imediato, suas palavras transformam-se em doce mel, demonstrando a fragilidade do temor de não ser correspondido pela pessoa amada. Seu apelo poético é amoroso, cativante e carinhoso, como detectamos nos versos fi nais de "CONSOLO": "Lê, pois, meus versos. Lê sem prevenção/ lê com a alma aberta e sem temor/ para que possa te envolver toda a emoção./ Neles exalto a fé, exalto o amor,/ relato a entrega." Maria de Deus Oliveira de Siqueira Alves Professora e pesquisadora