Situar a formação de uma disciplina, a linguística, no Brasil — que se pretendeu autônoma em relação à filologia, à gramaticologia e à dialetologia tradicionais — passa inevitavelmente pela reflexão sobre como a questão das influências, da originalidade e do clima de opinião moldou o pensamento crítico sobre sua emergência e desenvolvimento. Valendo-se de documentação inédita e de materiais não publicados, como cartas e entrevistas, Cristina Altman revela os bastidores do fazer científico tal como praticado por homens e mulheres reais, em suas grandezas e fragilidades. A Guerra fria estruturalista é a grande metáfora utilizada no livro para ilustrar a complexa rede de oposições que se criou no contexto da II Guerra Mundial em torno das teorias formalistas e funcionalistas que moldaram as ciências da linguagem no século XX.