A Psicologia Contemporânea procura superar, de várias formas, reduções induzidas pela matriz positivista desde o século XIX, quando da sistematização de seu caráter de cientificidade. Para possa tornar-se ciência - no sentido pleno do termo - é necessário que chegue a delimitar um percurso próprio, ainda que mantendo conexões e diálogos com as demais áreas da ciência e com a filosofia. No Brasil - o quarto país do mundo a reconhecer a profissão de Psicólogo (nos anos sessenta do séc. XX), um dos mais quantitativamente fecundos em cursos universitários na área e um dos mais produtivos quanto a pesquisas e aplicações dos conhecimentos psicológicos nos diversos contextos da sociedade - a busca de referenciais inovadores e de alicerces adequados para o enfrentamento de impasses conceituais e metodológicos da psicologia é vivida com interesse e abertura cada vez maiores. Compreende-se, assim, o interesse que a psicologia fenomenológica, vem despertando no contexto da psicologia brasileira; especialmente a difusão das contribuições de Edith Stein para a fundamentação teórica e epistemológica da psicologia através da antropologia filosófica. Em que sentido a abordagem fenomenológica clássica e particularmente a proposta de Edith Stein, parece responder a vários problemas - teóricos e de intervenção - não solucionados da psicologia científica? O presente livro documenta atividades produtivas de diferentes grupos de pesquisa brasileiros, reunindo contribuições de alguns pesquisadores dentre os tantos que participam da história aqui relatada. Na primeira parte, o presente livro aborda a contribuição da fenomenologia steiniana à fundamentação da psicologia. A segunda parte é composta de textos resultantes de pesquisas sobre o conceito de pessoa a partir das contribuições de Stein. A terceira apresenta pesquisas em vários campos da psicologia, desenvolvidas com referencial da fenomenologia de Edith Stein.