O mundo da barbárie social é o mundo da precarização do homem-que-trabalha. Na medida em que a precarização estrutural do trabalho compromete não apenas o estatuto salarial e os direitos dos trabalhadores assalariados, mas o próprio ser genérico do homem, isto é, a capacidade de homens e mulheres que vivem da venda de sua força de trabalho darem uma resposta radical, coletiva e consciente, à ofensiva do capital, torna-se necessário, mais do que nunca, colocar na agenda da discussão pública, a saúde do trabalhador, numa perspectiva crítica e interdisciplinar. Torna-se urgente discutir a problemática da saúde pública do trabalho numa perspectiva de critica do capital como modo de controle estranhado do metabolismo social, rompendo com o viés epidemiológico e corporativo-disciplinar que compromete a afirmação político-radical da questão da saúde do trabalhador.