Pedro Heliodoro Tavares renova aqui o diálogo entre a Psicanálise e as Letras Germânicas já investigado em outras tantas publicações suas e de modo especial nos livros Freud & Schnitzler (Annablume, 2007) e Versões de Freud (7Letras, 2011). Desta vez, porém, toma da Literatura Alemã o seu mais representativo personagem-mito para abordar questões que se apresentam na Psicanálise desde as primeiras investigações de Freud, culminando com as propostas inovadoras do "último" Lacan. Fausto nos é apresentado como o modelo mítico-literário do processo de transubstanciação do sintoma em uma forma de saber-fazer singular, ao modo do alquímico artesão. Sem alienar-se num eterno amor a um Deus-Pai absoluto, nem virar as costas ao seu demônio pessoal, Fausto constrói seu próprio artifício subjetivo, deixando sua marca na cultura e lançando ao mundo sua obra-invenção.