"O trabalho de Caio Jesus Granduque José não sucumbe ao pessimismo niilista nem à desmobilização do ceticismo que condenaram algumas vertentes existencialistas à especulação metafísica, mas, isto sim, encontra nos direitos humanos um mecanismo prático de revolta solidária e de luta contra a injustiça e a violência histórica. Trata-se, pois, de uma obra ao mesmo tempo inovadora e generosa, pois lança um olhar realista e desolado sobre os direitos humanos, mas propõe o agir utópico impulsionado pela revolta histórica, como se quisesse resgatar o sonho emancipatório do Iluminismo, projetando luzes sobre as concepções do direito como instrumento de emancipação humana, vale dizer, como instrumento da contínua produção da liberdade. Se isto é possível, não será apenas a teoria que irá dizê-lo. Mas, o dirão a teoria reflexiva e a prática consciente, fundidas na práxis transformadora e na luta prática pelos direitos humanos, tal como propõe o trabalho num de seus momentos mais fecundos. A obra cuja leitura temos à frente é um daqueles ensaios que anunciam os primeiros passos do filósofo, bem como o porvir de outros trabalhos que, doravante, teremos o direito de esperar daquele que visualizou o caminho tão instigante do absurdo, da revolta, da ação e, porque não dizê-lo, da esperança por entre o desespero."