Em variados momentos de nossas vidas encontramo-nos perante certas situações que nos impressionam e nos avassalam freneticamente, imprimindo sobre nós sua realidade sem que possamos dizer uma só palavra capaz de expressar o desconfor-to a que somos obrigados a suportar. A esta experiência dá-se o nome de perplexi-dade. A crise política e existencial nas sociedades modernas parece ser o maior exemplo deste fenômeno. Muitos de nossos precursores procuraram estabelecer uma zona discursiva comum capaz de expressar a ordem em meio a desordem circundante, tais como Oswald Spengler, em sua mundialmente conhecida A Decadência do Ocidente, Arnold J. Toynbee, em seu Um estudo de História e, sobretudo, mais recentemente, nossa maior inspiração, Eric Voegelin, em seu Opus Magnum, Ordem e História. Todos visavam responder a simples, porém extremamente complexa questão: há uma ordem que rege a história? Se o houver, é acessível por meio da linguagem humana? [...]