A obra analisa os usos sociais, discursos e significados simbólicos presentes no uniforme de trabalho dos funcionários de uma siderúrgica do Vale do Aço e o impacto que ele causa no imaginário cotidiano e político dos trabalhadores, assim como no dos moradores da região. Para apreender a eficácia simbólica do uniforme nos contextos em que foi implantado e no que hoje é usado, a análise articula Antropologia Simbólica, Cultura Material e História Social, recuperando o percurso histórico quanto à adoção de uniformes nas fábricas brasileiras, inclusive na Usiminas, e sua repercussão no tempo presente. Trata-se de um tema original, cuja profundidade analítica perpassa diversos aspectos da sociedade local, como a organização espacial da cidade, a participação dos trabalhadores no SENAI e no sindicato, os usos sociais da arte e da filantropia, os rituais promovidos pela empresa, além da participação de mulheres na siderurgia. A atualidade do tema pode despertar o interesse de pesquisadores e estudantes de diversas áreas de conhecimento, como Antropologia, Sociologia, História, Geografia, Ciência Política, Administração, Economia, Direito e outras. A obra pode ainda ser útil aos que queiram conhecer um pouco mais sobre a história regional e sobre o movimento operário, como lideranças sindicais, advogados trabalhistas e políticos. Descortinando dimensões inusitadas do mundo social, as análises evidenciam que, mais que um material inerte destinado a proteger os trabalhadores, o uniforme materializa relações de gênero, classe e geração e possui uma vida social essencialmente dinâmica, "impregnada" de memórias, sonhos e conquistas, além de ser marcado por perseguições, demissões, medo e dor.