O universo humano e seus conflitos são a grande temática da obra de Maria Adelaide Amaral. O bruxo traz a história de Ana, uma poetisa em busca de um novo amor. Com o casamento de vinte e cinco anos já desfeito e os filhos criados, Ana se permite sonhar com alguém que a fará viver uma relação de plenitude. Aconselhada por amiga próxima, ela decide consultar um homem que, acredita-se, tem o poder de prever o futuro. Relutante em lhe dar crédito no início, Ana percebe que as revelações do bruxo sobre sua vida começam a se concretizar, e ela revisita os amores do passado, analisa a carreira e tenta auxiliar seus filhos a resolver suas angústias. Por fim, as decepções, as vitórias e a possibilidade de morte iminente fazem com que Ana tente pôr fim à sua própria inquietação, buscando um rumo novo para sua trajetória já marcada pela infância miserável, pelo abandono do pai e rejeição da mãe. Recheado de situações corriqueiras, O bruxo desnuda a alma de uma personagem sensível, exibindo seu universo interior de dúvidas, expectativas e certezas. A complexidade de seus sentimentos mostra ao leitor um personagem profundamente vulnerável e solitário, porém esperançoso. Trilhando ainda pelos caminhos do esoterismo e da astrologia, Maria Adelaide Amaral se firma como brilhante romancista com O bruxo, explorando a alma humana como ninguém. A crítica. Agraciada com o prêmio Jabuti por seu romance de estréia, Luísa - Quase uma história de amor, Maria Adelaide Amaral retornou à literatura com O bruxo cercada de grande ansiedade por parte de seu público e da crítica especializada. Para Maria Isabel Borja do Jornal do Brasil, Luísa e O bruxo refletem a crise de uma geração. A mestre em literatura ressalta ainda que "o talento da autora volta a manifestar-se na capacidade de colocar de pé uma história onde se coordenam dezenas de eventos e criar diálogos fluentes".