A visita aos arquivos, sejam eles históricos ou literários, reserva surpresas a todo pesquisador, que talvez se depare com algum documento que não previa encontrar. O acaso da descoberta é uma das sensações mais inusitadas a serem cultivadas durante o trabalho arquivístico, pela quebra da perspectiva inicial, cedendo lugar ao exercício da criatividade, uma vez que a nova rota convida para a abertura de outros horizontes. As cartas de Constança Guimarães para as primas, encontradas por acaso no Arquivo Mineiro pela historiadora e pesquisadora Eliane Marta Lopes, são a prova dessa aventura do acaso, do encontro com o fértil período intelectual das Minas Gerais. Narrado em tom coloquial e sob o olhar de jovens que viviam ao mesmo tempo a efusiva e sofrida experiência do cotidiano, o documento que temos em mãos é de extrema relevância não só pelo ineditismo, mas pelo valor histórico dos relatos.