Louise Bragado me parece silenciosa e radiante. Mansa por dentro. Um tanto mais, talvez. Conheci essa moça em uma tarde de sábado, na ensolarada Copacabana, em horas de leitura, escrita e conversas. Mulheres diversas, em vidas, tempos, nascimentos, dores e delícias, guiadas por um delicado moço. E seguimos nos visitando e acompanhando no virtual. Louise fala sutilezas, solidões e companhias, palavras e vozes. Inteira. Em seu Naquele ano eu era calada e triste, a ausência de Marília pega o leitor pela mão e leva para a roda de sua vida e partida. Roda de medo, fé. De mulheres em tripa, coração e estômago. Pedaços em listas. Pedaços de todas e todos nós. Pedaços urgentes. Pedaços de calma. Pedaços de quem ainda não sabe. Pedaços de ir e não ir. Pedaços de pandemia. Pedaços de vida real. Uma vida imaginada para sobreviver. Uma vontade de processar Deus. Pães em uma sexta à tarde. Um passeio de bicicleta no domingo. Um pouco de Marília embalada na (...)