Este volume registra quatro aventuras poéticas de Glauco Mattoso, duas delas em parceria com novos talentos de velhos gêneros, tais como Danilo Cymrot na décima e Leo Pinto no soneto. O ciclo que dá título ao livro compõe-se de dez sonetos e conta a história da vítima deficiente que se converte em herói superdotado, graças à credulidade do povo e à marginalidade que o cerca. O segundo ciclo narra uma saga mais extensa, composta de quarenta sonetos, adiante comentados. Os ciclos terceiro e quarto são pelejas de Glauco Mattoso, respectivamente com Cymrot e Pinto, nas quais o duelo entre mestre e discípulos serve de laboratório à experimentação temática e formal nesse tradicional pingue-pongue versificado: a "Peleja de Danilo Cymrot com Glauco Mattoso" (2005) e o"Epistolário escatológico de Leo Pinto" (2007) são resultado do diálogo internáutico que Mattoso manteve com dois de seus alunos numa oficina poética. Na "Peleja", as décimas se pautam pela "deixa", praxe popularizada pelos cordelistas e cantadores. Já o "Epistolário", composto de sonetos, foge ao costume nordestino para remontar aos jogos barrocos e arcádicos, ainda que contextualizado na pós-modernidade.