Kim Gordon, baixista e uma das vozes do Sonic Youth, narra sua trajetória da mesma maneira que se apresenta nos palcos. O estilo de A garota da banda é visceral, hipnótico, inusitado, livre de amarras, contido na forma e intenso no conteúdo. Diante de dois términos entrelaçados o divórcio do guitarrista Thurston Moore e o encerramento das atividades do próprio grupo , ela toma o fim como o ponto de partida de uma autobiografia que mergulha no passado para compreender o presente e aceitar a chegada de um futuro inesperado. Surgido em Nova York, o Sonic Youth seguiu por três décadas em um caminho paralelo ao do punk e do rock alternativo. Seus integrantes mesclaram música e arte conceitual, se mantiveram no limiar entre o ruído e a canção, influenciaram gerações. E, mais do que servir de inspiração no que se refere à maneira original de tocar seus instrumentos ou à intensidade dos shows, Kim e Thurston se tornaram um modelo de casal para seus fãs. O anúncio da separação foi um baque. Sempre reservada e misteriosa, Kim Gordon decidiu agora contar tudo o que aconteceu. E não apenas sobre o desgaste do relacionamento, mas também a respeito dos bastidores da banda e dos detalhes de sua formação como artista. A narrativa tem início em 2011, durante o último show do Sonic Youth (em um festival em Itu, no interior de São Paulo), em meio a uma noite chuvosa, porém a história remonta a uma ensolarada e colorida Califórnia dos anos 60. Os pais distantes, o irmão esquizofrênico, a paixão pelas artes visuais, os livros, o feminismo, a mudança para a Costa Leste, a música, o casamento, a maternidade, EVOL, Daydream nation, Goo, Neil Young, Kurt Cobain: nomes e eventos vêm e vão de maneira episódica, não linear, subjetiva e sempre fascinante. Kim Gordon, baixista e uma das vozes do Sonic Youth, narra sua trajetória da mesma maneira que se apresenta nos palcos. O estilo de "A Garota da Banda" é visceral, hipnótico, inusitado, livre de amarras, contido na forma e intenso no conteúdo. Diante de dois términos entrelaçados - o divórcio do guitarrista Thurston Moore e o encerramento das atividades do próprio grupo -, ela toma o fim como o ponto de partida de uma autobiografia que mergulha no passado para compreender o presente e aceitar a chegada de um futuro inesperado. "A Garota da Banda" é um exercício confessional e literário que exala a cada linha a poesia das ruas de uma Nova York que já deixou de existir. Trata-se, a princípio, de um livro memorialístico cujo pano de fundo é um momento ímpar da cultura pop, mas o resultado é uma obra ampla que se mostra relevante a qualquer tipo de leitor.