O pretexto para o romance é contar as peripécias fabulosas de um personagem real – Rafael Sánchez Mazas, fundador e ideólogo da Falange, o partido fascista espanhol que embasaria a ditadura de Franco - na narração de um jornalista e escritor fictício chamado Javier Cercas – apenas por acaso, o nome real do autor deste livro. O cenário é a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). As sagas dos dois protagonistas, real e fictício, são igualmente épicas: a de Sánchez Mazas é de fuga, sobrevivência e malogro; a de Cercas, de malogro, superação e redenção. A primeira centra-se nas circunstâncias reais e inacreditáveis do fuzilamento de Sánchez Mazas; a segunda, nas circunstâncias fictícias e perfeitamente críveis de escrever um livro que se revelará muito mais árdua e candente que a real, a tarefa suprema de contar todas as histórias com a imbricação original de todas as formas literárias.