Uma obra que reflecte o diálogo entre as artes no início do século XX. Este é um livro que tem, nas palavras do seu autor, "a forma do tempo." E, na verdade, o que distingue este romance das anteriores obras de Proust, é o reforço da sua concepção da memória como recriadora do passado. É isso que permite o misterioso encanto da narrativa e o tom de dolorosa nostalgia em que o passado envolve o presente. «(...) é um romance escrito na primeira pessoa por um narrador que parece estar a contar da sua vida (...) Num certo sentido, poder-se-á dizer que é o livro de uma vida embora tenha havido outros, e há quem chegue mesmo a sustentar que Proust se deixou morrer em nome dele ou que não quis mais viver quando finalmente o deu por concluído. De qualquer forma, essa é uma das grandes lições do romance, que traz consigo uma teoria da arte moderna (...) (numa) tradução que é uma homenagem a Proust e à língua francesa.» (Teresa Almeida in "Expresso", 16-7-2003 )