Primeiro conheci os sobrinhos de Aimberê Araken Machado, depois seus irmãos, e nossa amizade se estreitou a partir do momento no qual me apresentou seu primeiro livro, um ensaio sobre Euclides da Cunha escrito lá por 1982, que eu insisti para que me mostrasse. Era um bom texto e o publiquei em 2002, mas não podia imaginar que aquele discreto escritor se tornaria um dos nossos mais importantes autores, hoje com sete livros impressos, todos pela nossa editora. Nesse tempo passado crescemos no árduo mercado editorial e conosco, nesse percurso intenso e difícil que caracteriza a produção literária em nosso país, o circunspecto e determinado Aimberê tornou-se uma referência. Seu estilo absolutamente límpido, distinguido por uma primorosa narrativa, traz uma evidente erudição sem nenhuma afetação que possa comprometer a boa e aprazível leitura. Particularmente, admiro sua capacidade inteligível de historiar grandes e densos temas de forma espontânea e elegante, sempre com uma boa pitada autobiográfica. Neste novo livro sua personalidade se avoluma e prepondera.