Marxismo em perspectiva persegue através de seus dez capítulos uma questão fundamental: que nova perspectiva crítica trouxe o marxismo ante a sociedade capitalista? Para responder a esta questão, dois elementos necessitam ser pensados. O primeiro é a existência de um "oficialismo" marxista, que implica na proximidade do Ideal de Marx com relação ao poder. O segundo resume-se na sondagem da possibilidade de um "pensamento marxista" fora desse "oficialismo". Por que o menchevismo soviético não era marxismo? Van Gogh pode ser considerado um pintor marxista? E o escritor brasileiro Jorge Amado: que proximidade realizou, nos anos 1930, ante a abordagem crítico-radical marxista? Assim, Marxismo em perspectiva procura abrir, audaciosamente, uma frente de reflexão relativamente nova sobre o marxismo. Ela implica conservar a lógica/crítica dos grandes teóricos marxistas e, ao mesmo tempo, deixar (ou fazer cair) o limite que separava o marxismo oficioso das outras visões de mundo com potencial humanístico. Se nas décadas pretéritas, falar em perspectivismo marxista era sinônimo de "fraqueza ideológica", hoje essa visão ganhou uma nova dimensão que implica rejuvenescimento e pluralismo no seio do próprio marxismo.