Desprezado anos a fio pelos historiadores e relegado às coletâneas de curiosidades e à história menor, o animal é hoje um verdadeiro objeto de estudo, situado no cerne da pesquisa e na intersecção de várias disciplinas. Ao considerar quarenta animais célebres (pelos mais variados atributos), Michel Pastoureau destaca tudo o que o estudo das relações entre o homem e o animal pode trazer para a história social, econômica, religiosa, cultural e simbólica. Cada capítulo é dedicado a um animal e composto de duas partes: a exposição dos fatos e tradições que lhe concernem e um comentário histórico que procura situar o respectivo contexto e objetivos. Entre os animais estudados, alguns existiram de fato (o elefante de Aníbal, a Besta de Gévaudan), outros foram tirados da Bíblia (a Arca de Noé, a baleia de Jonas), ou da mitologia (o Minotauro, o cavalo de Troia), outros, da literatura (Renart) e de imagens (Mickey, Pato Donald), outros, enfim do mundo dos emblemas (o leopardo inglês), dos objetos (o ursinho de pelúcia) e dos sonhos (o monstro do Lago Ness).