Escrito no período do Renascimento, por Nicolau Maquiavel, filósofo italiano, O Príncipe é um guia de como chegar ao poder e manter-se nele, buscando não apenas o ideal, mas o real. Escrito em 26 capítulos, o livro assume a forma de manual de um bom governante, ensinando as estratégias políticas necessárias, nem sempre corretas e aprovadas majoritariamente, de como chegar ao poder e mantê-lo, garantindo a unificação e a estabilidade do Estado. Com objetivo de garantir uma Itália poderosa e unificada, Maquiavel tornou-se o Pai da moderna ciência política, criando a noção de Estado como forma de organização de uma sociedade. O Príncipe é uma obra atemporal, que deve, no entanto, ser contextualizada ao momento de cada sociedade e não seguida de forma arbitrária. É uma obra que ensina a agir segundo as circunstâncias e as necessidades, reconsiderando o caráter pejorativo do adjetivo maquiavélico, procurando sempre o apoio maior do povo, por meio da sua proteção e prosperidade, pois é o povo, consciente ou não, a força maior de um Estado. Fica claro na obra que se deve separar a moral do poder: para conquistar o poder muitas vezes deve-se praticar atos que envolvam a mentira, a fraude e a violência, mas também deve-se ter a diplomacia e saber a hora de ser gentil. A utilização de atos considerados impróprios moralmente deve ser empregada com a finalidade da conquista do poder absoluto - "os fins justificam os meios".