No final dos anos 1970 e no início dos 1980, as movimentações operárias do ABC paulista abrem perspectiva para a construção de um polo democrático-popular que possibilitaria o aprofundamento da democracia brasileira em dimensões jamais vistas. Se os setores de esquerda aglutinados em torno da vanguarda operária, e que posteriormente formariam o Partido dos Trabalhadores (PT), não conseguem construir essa alternativa, o Partido Comunista Brasileiro, até então hegemônico dentro do movimento operário, também não se mostra capaz de compreender a importância dessas manifestações e tem sua política derrotada no movimento de massas ao insistir em manter a prática calcada nos velhos instrumentais analíticos de sua “teoria do Brasil”.