Matia, uma menina alta para seus quatorze anos, passa as férias com o primo Borja, de quinze, na casa da avó, uma mulher rígida de classe alta que é uma autoridade na ilha onde mora. Sua mãe morreu há quatro anos, ela não sabe do paradeiro do pai, e traz consigo seu inseparável boneco de pano Gorogó, que a aconchega nos momentos de tristeza. A guerra eclode, uma guerra cujas notícias demoram para chegar e são sempre inexatas. Uma guerra que parecia fantasmal, longínqua e próxima ao mesmo tempo, quem sabe mais temida porque era invisível. Pelo olhar singular de Matia, vão se descortinando realidades e descobertas que ela não compreende bem. Sua relação de amor e ódio com o malandro, intrépido e por vezes perverso primo. Seus sentimentos em relação a Manuel, filho mais velho de uma família marginalizada e hostilizada na ilha, um menino de dezesseis anos cujo pai foi assassinado e com quem gosta de ficar de mãos dadas. [...]