Em Encarnação: Uma Filosofia da Carne, o filósofo francês Michel Henry nos apresenta sua análise sobre a condição humana, abordando a nossa existência encarnada. Sua elucidação sistemática da carne e da relação entre esta e o corpo nos leva também a refletir sobre outro objeto de sua investigação: a Encarnação no cristianismo. Com base na afirmação encontrada no Prólogo ao Evangelho segundo João (1,14), Henry levanta alguns questionamentos: a carne de Cristo é semelhante à nossa? Sendo o homem "carne", a unidade do Verbo e da carne é possível em Cristo? Por meio de uma perspectiva histórica, o filósofo faz uma revisão crítica da tradição fenomenológica - de Husserl a Merleau-Ponty - e encaminha sua tese no sentido inverso ao da fenomenologia usual, propondo assim a fenomenologia da encarnação, na qual a carne, embora seja tradicionalmente entendida como o lugar do pecado, pode ser também, no cristianismo, o lugar da salvação.