O papel da física nas finanças vai muito além dos impossíveis e complexos modelos e do furioso ataque dos quants. Após a crise econômica de 2008, Warren Buffett fez sua famosa e memorável advertência: "Cuidado com os nerds que produzem fórmulas." Mas, como James Weatherall demonstra, nem todos os nerds são iguais. Embora muitos matemáticos e engenheiros de software de Wall Street tenham falhado quando suas abstrações não funcionaram na prática, uma geração especial de físicos teve um papel muito mais profundo na revolução das finanças. Por um passeio pela Paris de la fin de siècle e pela época áurea de Las Vegas, pelos laboratórios do governo em tempos de guerra e pelas comunidades hippies da costa do Pacífico, Weatherall mostra como os físicos obtiveram sucesso ao usar sua ciência para embasar alguns dos problemas mais espinhosos da economia, desde a precificação de opções até as bolhas especulativas. A crise se deveu, em parte, a uma falha de modelagem matemática. E mais, ao insucesso de algumas instituições financeiras bastante sofisticadas em pensar como os físicos. Os modelos - na ciência ou em finanças - têm limitações: sucumbem sob certas condições. Em 2008, modelos sofisticados caíram nas mãos de pessoas que não entenderam seu propósito e não se importaram com isso. Foi um catastrófico uso impróprio da ciência. No entanto, a solução não é abrir mão dos modelos, mas aperfeiçoá-los. Weatherall nos apresenta as pessoas e ideias prestes a dar início a uma nova era nas finanças: um geofísico que usa um modelo projetado para terremotos com a intenção de prever um grande crash da bolsa; a história de um fundo de hedge gerenciado por um físico que ganhou 2.478,6% ao longo da década de 1990; e uma obscura ideia da teoria quântica que, em breve, poderá ser usada para criar um Índice de Preços ao Consumidor muito mais preciso. De forma persuasiva e acessível, A física de Wall Street nos faz mergulhar em uma fascinante história que mudará a forma como enxergamos o futuro econômico.