Refletir sobre as implicações do jogo no processo de desenvolvimento da consciência das crianças na escola, levando em consideração as relações alienadas e alienantes engendradas sob a base das relações de produção e exploração da sociedade atual, torna-se condição imprescindível para todos os profissionais que atuam no campo educacional, sobretudo aqueles que, como nós, se preocupam em efetivar uma educação efetivamente emancipatória para todos. Dessa forma, na busca pela superação das desigualdades sociais e no rompimento com os entraves colocados pelas relações de propriedade privada, que por consequência acabam impossibilitando nossas crianças de se apropriarem dos objetos culturais construídos pela humanidade, objetos estes imprescindíveis ao seu processo de humanização, o presente livro se coloca ao lado das discussões e reflexões atuais que buscam elucidar acerca de uma educação que promova mudanças significativas nos alunos, desvelando as nuances que caracterizam a atividade do jogo na infância, bem como a relação desta atividade com o processo de desenvolvimento da consciência da criança, configurando-se assim como um instrumento educacional que trás no conjunto de sua exposição conceitual uma discussão rica e acurada sobre uma faceta importante na escolarização e do seu papel na formação de sujeitos críticos dentro da atual sociedade. Assim, em tempo de muitas revisões bibliográficas e de produtivismo sob a feição de ciência, o presente trabalho se pautou na práxis, sendo construído a partir de uma pesquisa com grupo de crianças em situações concretas, nas quais as marcas da alienação emergiam como forma de comportamento e ações, o que nos permitiu enfrentar cara a cara o nosso objeto de estudo e produzir conhecimentos concretos, não idealistas da realidade.