Mariel Reis, como é de se esperar de um grande leitor e escritor de talento, escreve encharcado de literatura e, como ele mesmo diz, à moda dos escritores que povoam a sua imaginação, sejam eles vivos ou mortos. Ele de fato assimilou a lição de Drummond: somos contemporâneos dos escritores que amamos, isto é, somos contemporâneos de Shakespeare e de Virgílio, "somos amigos pessoais deles". Assim, Mariel e seus personagens acompanham com familiaridade os passos de João do Rio, Marques Rebelo ou Moacir C. Lopes por um Rio de Janeiro mítico. Este Rio Mariel percorre como poucos, porque conhece os segredos das ruas e avenidas literárias, ou seja, o segredo da literatura.