O que tem a falar uma não-analista sobre um livro escrito por um psicanalista, a partir da clínica e da política da Psicanálise? Foi isso o que eu pensei quando fui convidada para fazer a apresentação deste livro. E foi lendo-o que eu aprendi que \u201co não analista não é o não analisado, mas sim aquele que optou em não ocupar o lugar do psicanalista\u201d, na medida em que sua aposta no desejo o conduziu para uma Outra direção; mas que é capaz de reconhecer a importância decisiva que a Psicanálise tem como formulação de um saber que não se presta a dar respostas e nem a curar paixões. E que, por isso mesmo, \u201cparticipa e contribui para que uma política pela Psicanálise seja possível\u201d. A paixão em torno da qual o livro se constrói é o ódio. \u201cHá um fator estruturante no ódio. É preciso haver ódio para que haja avanço da subjetividade.\u201d Apesar disso, \u201chá uma espécie de silenciamento sobre o problema\u201d.