Pássaros silvestres do interior do Mato Grosso, caça-níqueis em um galpão de Belo Horizonte, metralhadoras de São Paulo são alguns dos "modelos" de Bob Wolfenson em seu segundo livro pela Cosac Naify. Registros dos mais diferentes objetos (e animais) apreendidos pela polícia em diferentes regiões do país, as fotografias se revelam elas mesmas apreensões de uma certa realidade brasileira. Mas mais do que críticas ou elogios à atuação do Estado, os trabalhos aqui reunidos dialogam com o próprio ato de fotografar. Em imagens que lembram naturezas-mortas, o fotógrafo paulistano deixa claro um fundamento central da arte de capturar imagens. Como salienta o cineasta Carlos Nader em texto de apresentação do volume, "Wolfenson nos lembra que a própria fotografia é em sua essência também uma apreensão, uma captura".