Antes de tornar- se roteirista e diretor, Quentin Tarantino já era ator e, certa vez, ao tentar participar de uma grande produção, telefonou para um famoso diretor de Hollywood e disparou: “este é um filme com muitas festas, deixe-me entrar numa delas.” O que Tarantino não esperava é, alguns anos depois, ser a estrela da festa, obrigando a gigantesca máquina cinematográfica a conviver com uma fera que ela mesma criou. Tarantino desmonta o estereótipo hollywoodiano, associando um conhecimento enciclopédico do cinema aos Embalos de sábado à noite. Conhecido como “o poeta da hemoglobina”, ele propõe uma coleção de acertos de grandes cineastas de todos os tempos, enquadrada por uma estética da violência. Em “Pulp Fiction” (Tempo de violência), Palma de Ouro de Melhor Filme no Festival de Cannes de 1994, e seis indicações para o Oscar, repete a fórmula, inspirando-se nas novelas policiais dos anos 30 e 40 denominadas pulp magazines. O roteiro do filme evidencia seu estilo próprio, dando aos espectadores a oportunidade de mergulhar nos detalhes desta produção. Considerado genial, Quentin Tarantino deseja que os espectadores de seus filmes não saibam se devem rir ou se esconder debaixo da poltrona. Sua concepção de sucesso e realização é ver, um dia, sua vida contada numa história em quadrinhos. Amante do mistério e mestre em cenas de impacto, ele quer que o público tente, o tempo todo, desvendar.