Como o terapeuta ocupacional pode colocar o brincar a serviço da criança­ que apresenta deficiência física para ajudá-la a desenvolver sua autonomia e suas capacidades de adaptação? A autora responde a esta questão propondo o Modelo Lúdico, quadro conceitual inovador, que aborda essa criança em toda sua globalidade. É graças ao brincar, de fato, que a criança explora o mundo, constrói sua curio­sidade, sua criatividade e entra em contato com os outros. Ao estimular a criança com deficiência física a descobrir o prazer de agir em um contexto lúdico, incitamo-la a empregar o máximo de sua capacidade de agir, apesar das dificuldades, e a reagir em caso de derrota, procurando ela mesma os meios de contorná-las. Fazendo isso, acompanhamos a criança no desenvolvimento de sua autonomia. No Modelo Lúdico, a criança, reconhecida antes de tudo como tal, intervém no processo de decisão, participa de sua terapia e experimenta, assim, talvez pela primeira vez, a sensação de ter um certo controle sobre sua vida. Esta concepção, que se apóia sobre uma visão holística do ser humano, permite uma prática centrada nas necessidades da criança e de sua família. Trata-se, em suma, de permitir a uns e outros descobrir o prazer de viver, o prazer de ser e também o prazer de fazer. A obra apresenta Anexos, esclarecendo e detalhando a metodologia da pesquisa feita por Francine Ferland e oferece aos profissio­nais ferramentas necessárias para a aplicação do método. Essa terceira edição revisada e amplia­da apresenta também as pesquisas inspiradas por esta prática terapêutica desde 1994 e deixa entrever como outros clientes poderiam se beneficiar dela.